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Cruzeiro x Palmeiras: Mineirão instala tapumes para separar torcidas rivais


Devido aos últimos confrontos entre torcedores organizados de Cruzeiro e Palmeiras, a segurança foi reforçada dentro e fora do Mineirão para o jogo entre as equipes, marcado para este domingo (1º), às 19h30 (de Brasília), pela 11ª rodada do Campeonato Brasileiro. Um ponto crítico que recebeu atenção especial foi em relação à separação das torcidas no Gigante da Pampulha.

O espaço destinado ao torcedor visitante na parte superior das arquibancadas, entre os setores roxo e laranja, recebeu a instalação de tapumes de aço para separar palmeirenses e cruzeirenses.

Mais de 40 placas de metal foram instaladas na parte frontal e na lateral do lado esquerdo entre as torcidas (veja fotos).

Além disso, um efetivo maior de policiais foi deslocado para atuar dentro do estádio, no intuito de evitar qualquer tipo de confusão entre os torcedores.

Plano de segurança

Como a Itatiaia apurou, as forças de segurança de Minas Gerais e São Paulo colocaram vários pontos de atenção para o pré-jogo e pós-jogo de
Cruzeiro
x
Palmeiras
.

Os episódios recentes de violência envolvendo torcedores organizados de ambos os clubes ligaram o alerta das polícias das duas cidades. Os órgãos aumentaram o efetivo de policiais em busca de mais segurança antes, durante e depois da partida.

Em contato com a Itatiaia, a Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) detalhou como será o trabalho no domingo. Um amplo esquema de segurança será implementado, segundo informações da corporação.

“A ação contará com o empenho de unidades do Comando de Policiamento da Capital (CPC), do Comando de Missões Especiais (CME) e do Batalhão Especializado em Policiamento de Eventos (BEPE). Nesse sentido, serão realizadas operações preventivas e presença ostensiva em pontos estratégicos do estádio e da cidade, especialmente em locais com grande concentração e circulação de pessoas, incluindo pontos de concentração, aglomeração e encontro de torcedores”, garantiu a PM, de acordo com nota enviada à Itatiaia.

Grupamentos da PM em ação

Seis grupamentos da Polícia Militar de Minas Gerais estarão envolvidos no plano de segurança para a partida entre Cruzeiro e Palmeiras. O Batalhão de Polícia de Choque (BPChq), o Comando de Policiamento da Capital (CPC), o Comando de Missões Especiais (CME), o Batalhão Especializado em Policiamento de Eventos (BEPE), as unidades Rondas Ostensivas com Cães (ROCCA), Cavalaria e o Batalhão de Rondas Táticas Metropolitanas (ROTAM). Todos estarão mobilizados para missões específicas de apoio antes, durante e depois do jogo.

Na resposta da Polícia Militar à reportagem, foi detalhado também que serão realizadas “operações de trânsito em conjunto com outros órgãos para que haja fluidez no tráfego nas adjacências do Mineirão”.

O Comando de Missões Especiais (CME), por meio do Batalhão de Polícia de Choque (BPChq), atuará com reforço de efetivo nas catracas, esplanada e áreas internas. O planejamento inclui, ainda, o monitoramento dos deslocamentos das torcidas, com apoio do Serviço de Inteligência da PMMG, visando ações de prevenção ativa. As unidades Rondas Ostensivas com Cães (ROCCA), Cavalaria e o Batalhão de Rondas Táticas Metropolitanas (ROTAM), também pertencentes ao CME, estarão mobilizadas, cumprindo missões específicas de apoio e recobrimento.

O BEPE terá o apoio de alunos da Academia de Polícia Militar, que atuarão nas áreas externas, reforçando também a segurança nos arredores do estádio.

Rixa entre torcidas


O último episódio envolvendo torcedores organizados de Cruzeiro e Palmeiras terminou com a morte de um cruzeirense
.

No dia 27 de outubro de 2024, uma emboscada de integrantes da Mancha Alviverde, do Palmeiras, causou a morte de um integrante da Máfia Azul e deixou 17 feridos no KM 55 da BR-381, em Mairiporã-SP. Esse foi um dos muitos conflitos protagonizados pelas duas facções. As torcidas têm rixa que perdura desde a década de 1980, mas já foram aliadas.

Oficialização da rixa ocorreu em 1987

Inicialmente, a divisão entre as torcidas de origem italiana foi informal. Apenas anos mais tarde é que Mancha Verde (hoje Mancha Alviverde) e Máfia Azul se tornaram de fato rivais. Éder Toscanini, fundador da Máfia Azul em 1977, conta que, em 1987, diversas organizadas se aliaram no evento chamado ‘Cronograma do Ódio’.

Como as duas facções não tinham boa relação havia alguns anos, as torcidas de Cruzeiro e Palmeiras tomaram lados opostos.

Em entrevista à Itatiaia no ano passado, ‘Tosca’, como é conhecido o fundador da Máfia Azul, explicou como a relação entre as partes estremeceu.

Segundo ‘Tosca’, como é popularmente conhecido, a ruptura começou ainda na década de 1980, após a morte do ex-presidente e fundador da Mancha Verde (hoje Mancha Alviverde), Cleofas Sóstenes Dantas da Silva, conhecido como Cléo. O assassinato dele foi o primeiro envolvendo líderes de torcidas organizadas no Brasil e nunca foi solucionado.

Ainda que a Máfia Azul não tivesse nenhuma relação com a morte, um cântico iniciado em um jogo entre Palmeiras e Cruzeiro, realizado em São Paulo, na década de 1980, selou o início da cisão entre as organizadas dos dois clubes, curiosamente de origem italiana e que tiveram o mesmo nome: Palestra Itália.

“A gente era aliado no começo dos anos 1980. Mas na época da morte do Cléo, teve a briga. A gente não era inimigo. Éramos rivais apenas. Com a morte do Cléo, alguns integrantes de outras torcidas de São Paulo entraram dentro da Máfia Azul, em jogo no Palestra Itália (antigo estádio Parque Antártica), em São Paulo, e começaram a puxar: ‘O Cléo morreu. A Mancha se fudeu’. Mas não foi a Máfia. A partir daí é que nós viramos rivais, pois a Mancha não aceitou isso. Desde os anos 1980 tem essa briga, essa confusão”, contou ‘Tosca’ à Itatiaia.





Fonte:
Itatiaia

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