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Empreendedorismo de bairro: comerciantes de BH apostam na tradição para se manter em alta


Em meio à correria de uma grande cidade como Belo Horizonte, um lugar de calmaria. O objetivo é vender, mas não precisa ser compressa. A cada venda, uma boa prosa. A maioria da clientela é conhecida pelo nome. O atendimento humanizado é um dos segredos por trás de comércios que estão fortes há décadas em BH.

É o jeitinho do interior para vender na capital. Essa é uma das estratégias do Bola Bar, que tem 80 anos de história. Apesar desse ambiente acolhedor, ele está situado em uma das ruas mais movimentadas da capital mineira, no bairro Padre Eustáquio. Em uma boa conversa no balcão, o proprietário do bar, José Afonso Costa, conta que a fama do estabelecimento já ultrapassou os limites do bairro.


Empreendedores investem no comércio de bairro e apostam no atendimento personalizado

“Vem gente dos quatro cantos, você entendeu? Hoje aqui é um boteco de uma tradição, aqui deve passar mais ou menos, vamos dizer aí 300 pessoa por dia, a mesma clientela vai e volta, gente, muita gente nova, os tradicionais também, o pessoal do bairro, mas vem de geração, os filhos, netos, tá todo mundo. E essa relação é o que eu mais cobro dos meus funcionários, um bom atendimento”, disse ele.

Ao lado da esposa Renata Urbano, o publicitário Bernardo Cansado, é colonista da Itatiaia e dono de um perfil de grande sucesso nas redes sociais. O ‘Oncevai’ faz curadoria de bares, uma paixão dos belo-horizontinos. Bernardo explica o sucesso por trás desses estabelecimentos em bairros de BH,

“O que a gente percebe nesses comércios de bairro, especificamente nos bares, fazendo recorte para eles, é um senso de pertencimento muito grande. Então você percebe que nessas pequenas instituições que estão ali, às vezes há mais de 50 anos, 60 anos, alguns até menos tempo, 30, 20, você percebe uma clientela fiel que não deixa que aquele comércio morra e vice-versa, porque os proprietários também têm um carinho muito grande por aquelas pessoas e fazem com que elas se sintam em casa” explica o publicitário.

Ainda de acordo com Bernardo, há mercearias em Belo Horizonte que sobrevivem mesmo com os grandes atacadistas e supermercados.

“Essas redes cada vez crescendo mais e algumas dessas mercearias seguem resistindo ali nos seus pontos, né? Então tem gente que vai lá comprar material de limpeza, alguma coisa que faltou para o almoço ou para o jantar. A caderneta ela continua sendo presente. Então, há uma relação de confiança muito grande entre esses estabelecimentos e os seus clientes”.

A caderneta citada pelo Bernardo é utilizada até hoje pelo comerciante Cássio Freitas, dono do depósito Corcovado, no bairro Jardim América, na região oeste de BH. O estabelecimento que começou com o pai está na família há 48 anos.

“Isso é da época do meu pai de passou de pai para filho. Meu pai tinha o costume dos clientes e dele, os clientes mais fiéis, mais conhecidos e pegavam material aqui na loja e anotavam no caderno. Então, passou e eu tentei até diminuir um pouco, mas os clientes antigos aqui do bairro que já conhecem a loja há muito tempo, mantém esse mesmo costume e até hoje mantém aí compra, anota e daqui a 15 dias, 30 dias vem e acerta”, explicou ele.

A gerente A Rogéria não tem caderneta, mas não abre mão de valores já destacados nessa reportagem. A loja Aleluia que ela gerencia fica no bairro Buritis, na região Oeste da capital. Por lá, clientes antigas podem levar as peças para provar em casa.

“Porque às vezes ela vem para buscar uma blusa e não trouxe a saia ou não trouxe a parte de baixo, aquela cliente nossa, antiga de todo dia aqui, a gente faz essa liberação para ela. Experimenta em casa e depois de duas, três horas na casa dela experimentando e ela devolve”, relatou.

*Matéria com produção de Helen Araújo e Thiago Castro*





Fonte:
Itatiaia

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