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Tragédia em BH: Idosa morre após comer torta contaminada comprada em padaria sem alvará

Cleuza Maria, de 75 anos, estava internada há mais de um mês. Outros dois familiares seguem em estado grave. Padaria foi interditada e funcionava de forma irregular.

Uma tragédia envolvendo uma torta de frango contaminada chocou Belo Horizonte nesta terça-feira (27). Cleuza Maria de Jesus Dias, de 75 anos, morreu após mais de um mês internada em estado grave, desde que consumiu o alimento comprado na padaria Natália, localizada no bairro Serrano, na região da Pampulha.

A vítima sofreu um acidente vascular cerebral (AVC) e uma parada cardíaca nos últimos dias, o que agravou ainda mais seu quadro clínico. A informação foi confirmada por familiares à Rádio Itatiaia.

Outros dois parentes — Fernanda Isabella de Morais Nogueira, de 23 anos, e seu namorado José Vitor Carrilho Reis, de 24 — também comeram a torta e continuam internados em estado delicado. O caso ganhou repercussão estadual e provocou investigações por parte das autoridades sanitárias e da Polícia Civil.

Padaria interditada

A Prefeitura de Belo Horizonte informou, por meio de nota oficial, que a padaria Natália funcionava sem alvará sanitário e sequer havia iniciado o processo para regularização junto aos órgãos competentes. A Vigilância Sanitária interditou o local imediatamente após a confirmação do surto alimentar.

O dono do estabelecimento e o padeiro responsável pelo preparo da torta foram ouvidos pelas autoridades, mas liberados. O padeiro, de 55 anos, que não teve o nome divulgado, nega que tenha envenenado o produto. Ele afirma que a contaminação pode ter ocorrido por falhas no manuseio dos alimentos. “Minha família também comeu da mesma torta e ninguém passou mal”, declarou.

Investigação em andamento

A suspeita inicial era de botulismo — uma intoxicação rara, mas grave, causada por neurotoxinas. No entanto, exames realizados pelo Instituto Adolfo Lutz descartaram essa hipótese. Amostras de alimentos e dos pacientes continuam sendo analisadas para identificar outras possíveis causas da intoxicação.

Segundo a prefeitura, o Ministério da Saúde foi consultado para garantir que as amostras sejam analisadas em centros de referência, caso o Instituto Adolfo Lutz não disponha da metodologia necessária para detectar outras neurotoxinas ou agentes patogênicos.

“Minha consciência está tranquila”, diz padeiro

O padeiro detalhou os ingredientes da receita: farinha de trigo, manteiga, sal, ovo, leite, cebola, frango desfiado e um pouco de farinha para engrossar o recheio. Ele afirma que o frango foi cozido no mesmo dia. “Estou rezando por eles, mas tenho a consciência tranquila. Eu não coloquei veneno nenhum”, concluiu.

Enquanto a cidade busca respostas, a morte de Cleuza Maria levanta novamente a discussão sobre fiscalização sanitária em estabelecimentos comerciais e a responsabilidade no preparo de alimentos vendidos ao público.

Fonte: Itatiaia

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